segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Ushuaia - Fin del Mundo - Quinto e último dia

O quinto dia era o dia destinado a ir ao Parque Nacional da Terra do Fogo e ao passeio no Trem do Fim do Mundo mas em função do incidente com a Nunatak relatado no post anterior usamos o quinto e último dia ao passeio 4x4. Os passeios planejados para esse dia foram deixados para uma próxima oportunidade que, se Deus me ajudar, existirá.
Pela manhã o Carlos da agência de turismo Limite Vertical passou no nosso hotel para nos pegar, para nossa surpresa não haviam mais turistas fazendo o passeio naquele dia.  O veículo disponibilizado pela agência era um Land Rover novíssimo. O fato de estarmos apenas nós propiciou boas horas de conversa com o Carlos que pode nos contar um pouco de como é a vida em Ushuaia, no que se baseia a economia local, como o turismo varia ao longo do ano... foi uma troca de experiências bem interessante.
Partimos para o nosso passeio que atravessaria a Cordilheira dos Andes levando até os Lagos Escondido e Fagnano. Segundo o Carlos nos contou, Ushuaia é a única cidade que a cordilheira a divide em norte e sul pois em todas as outras a cordilheira as divide em leste e oeste.
O passeio percorre lugares com uma paisagem maravilhosa e que jamais vou esquecer, por mais que as fotos estejam ai para mostrar o que vimos elas não conseguem retratar toda a beleza do local.


No caminho paramos em um mirante para observar a Cordilheira, neste local conhecemos um argentino que havia deixado os filhos em Cerro Castor para esquiar e estava tentando fazer o passeio com um carro alugado. Como o argentino não estava acostumado a dirigir na neve estava tendo dificuldade. O nosso motorista, vendo a dificuldade do turista, resolveu dar uma carona para o argentino que deixou o carro em um paradouro seguindo o passeio conosco. Foi muito legal pois na companhia dos dois compartilhamos momentos bastante agradáveis. Percorremos caminhos por estradas secundárias cobertas por neve que nos levaram  ao meio de um mata onde foi possível ver os diques que os castores fazem, esses diques são um perfeito trabalho de engenharia e demonstram uma imensa capacidade desses animais trabalharem em grupo.
Segundo o Carlos, os castores hoje são uma praga local, há muitos anos eles foram levados para lá pelo governo argentino para o uso comercial da pele. Logo em seguida os criadores perceberam que a pele não tinha a qualidade esperada o que fez com que os castores fossem largados nas matas locais. Resultado...livres no ambiente eles procriaram de forma descontrolada. Com o hábito de roer as árvores derrubando-as com o fim de construir os diques para se defender dos seus predadores (os castores formam os diques pois são mais velozes debaixo d´água), os castores acabaram alagando enormes áreas de mata nativa que hoje estão destruídas. Mesmo sendo uma praga, o trabalho deles é admirável e hoje eles são um símbolo local.



No meio da mata o nosso motorista preparou um café com alfajores, foi nesse passeio que fui apresentada ao café em saquinho tipo chá. Tu passas o café na tua própria xícara que fica com aquela espuminha de café recém passado (na volta do passeio fui ao supermercado e comprei duas caixas de café para trazer para o Brasil).
Depois do descanso fomos ver os lagos que, com o sol batendo, pareciam um espelho.
O almoço foi em um pequeno centro invernal perto de Cerro Castor onde comemos o Cordeiro Patagônico, prato típico da região e que é bem gostoso, é uma comida forte mas gostosa.


No final do percurso o argentino quis pagar ao Carlos pelo passeio e ele não quis cobrar, foi apenas uma carona, achei legal pois ele poderia ter se aproveitado do turista para ganhar uma graninha por fora.
Indico a Limite Vertical para todos que queiram fazer esse passeio.
À noite fomos ao Kuar que é um misto de bar e restaurante e que considero uma boa opção para um jantar ou happy hour, um lugar bonito com um ar rústico mas ao mesmo tempo sofisticado http://www.kuar.com.ar/.
Termina aqui a minha incursão por Ushuaia, lugar maravilhoso que superou as minhas expectativas. Já conversei com várias pessoas que visitaram Ushuaia no verão e que dizem ser uma época em que a cidade pode ser visitada sem o desconforto do inverno.
Contudo, penso que o inverno traz ao lugar toda a beleza da neve o que faz com que a cidade consiga se diferenciar de muitas outras.
O verão, mais precisamente o mês de janeiro, é a época do ano em que os ventos atingem velocidade bastante elevada. Vale dizer que no inverno a velocidade dos ventos é bastante inferior ao verão, o que torna o clima melhor do que se imagina.
Porém, acredito que o lugar tenha a sua beleza em qualquer época do ano.
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